Após a Procuradoria-Geral da República (PGR)
questionar alguns dispositivos do Código
Florestal, (1), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou nesta
terça-feira que uma situação de indefinição sobre as regras seria o pior
cenário para os produtores rurais. Ele reconhece que a PGR cumpre seu papel ao
recorrer ao Supremo por entender que novo código fere aConstituição, mas o senador lembra que
caberá ao STF a palavra final sobre o assunto. Nesse sentido, ele teme que a
apresentação das ADIs possa interromper a implementação da nova lei.
-
Precisamos concluir o processo (de reforma) doCódigo
Florestal com regras claras e definitivas, para que o governo possa
implantar o Cadastro Ambiental Rural (CRA) e os produtores possam regularizar
suas áreas - disse o senador.
Ontem,
a PRG divulgou que encaminhou três ações diretas de inconstitucionalidade
(ADIs) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A PGR considerou inconstitucionais
dispositivos do novo código que flexibilizam regras para áreas de preservação
permanente (APP) e de reserva legal, e que reduzem punições por desmatamentos
ilegais. O órgão pede a suspensão dos artigos questionados até o julgamento
final das ações.
O
governo anunciou que começaria emmaio a liberação do Cadastro Ambiental Rural
(CAR), hoje em fase de testes. Todos os produtores serão obrigados a cadastrar
suas propriedades, sendo este o primeiro passo para a regularização ambiental.
Já o
vice-líder do DEM e integrante da cúpula da bancada ruralista na Câmara,
deputado Ronaldo Caiado (DEM), disse nesta terça-feira que as Ações Diretas de
Inconstitucionalidade (Adins) apresentadas pela Procuradoria-Geral da República
(PGR) causam "estranheza". O parlamentar criticou o questionamento
feito pela procuradoria a pontos da lei, como a anistia aos produtores que
desmataram além do permitido por lei até 2008.
O
oposicionista apontou que a regra foi criada em decreto durante o governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que não houve questionamentos por
parte do Ministério Público. "Causa estranheza que esta matéria já havia
sido editada por decreto e a PGR não entrou com nenhuma ação contra o
decreto", disse. "O texto da lei do Congresso é exatamente idêntico
ao decreto do presidente da República. Então, não posso entender essa atitude,
a menos seja uma preconceito com aquilo que o Congresso delibera e
legisla".
Caiado
disse ainda que vai, junto à bancada ruralista, tentar reverter no plenário do
Congresso os vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff ao projeto do novo Código
Florestal aprovado
pelos parlamentares. (O Globo)
Publicado:21/01/13
- 18h24
BRASÍLIA - A Procuradoria Geral da República (PGR)
encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, três ações
que questionam partes do novo Código Florestal. Para a PGR, é inconstitucional
o tratamento do código sobre as Áreas de Preservação Permanentes (APPs), sobre
a redução da reserva legal, e a anistia para a degradação ambiental.
As ações pedem que sejam suspensos esses dispositivos
do texto até decisão final sobre o assunto e celeridade para julgamento. A
procuradora-geral da República em exercício, Sandra Cureau, responsável pela
elaboração das ações, afirma que há inconstitucionalidade e retrocesso nos
dispositivos questionados ao reduzir e extinguir áreas antes consideradas
protegidas por legislações anteriores. Segundo a PGR, estudos técnicos
sustentam que as normas questionadas agora pela PGR enfraquecem a proteção a
essas áreas.
A PGR também questiona a anistia para os responsáveis
por degradação de áreas preservadas, até 22 de julho de 2008. O novo código
exclui o dever de pagar multas e impede a aplicação de eventuais sanções
penais, segundo as ações.
Sobre a área de reserva legal, a PGR afirma que a
nova lei permite redução. Segundo a PGR, o novo Código Florestal autoriza, por
exemplo, a computar as áreas de preservação permanente como reserva legal. No
entanto, essas áreas têm funções ecossistêmicas diferentes, mas, juntas, ajudam
a conferir sustentabilidade às propriedades rurais.
Em outubro, após aprovação e sanção do Código
Florestal com vetos, pela presidente Dilma Rousseff, e edição de decreto
regulamentando a lei, o ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio
Adams, defendeu a legalidade das medidas. Ele afirmou que não há violação do
processo legislativo e que sancionar ou vetar uma lei estão entre as
competências da presidente, estabelecidas pela Constituição.
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